Quem me conhece sabe que sou um apaixonado por histórias em quadrinhos e por fotografias em preto e branco. Muito disso tem relação com a minha infância, visitando bancas de jornal para ler as primeiras páginas de alguns mangás (que não tinha dinheiro para comprar) e dos famosos quadrinhos da Turma da Mônica.
Já a admiração por fotos em preto e branco veio um pouco tarde, quando estava mais maduro (porém, ainda assim fã de mangás) ou mais exatamente quando conheci o fantástico Sebastião Salgado. Mas, o que tudo isso tem a ver com O Idiota, de Fiódor Dostoiévski? Aqui, o clássico fica de lado e a discussão é sobre a edição em que o quadrinista André Diniz reimaginou deste clássico russo.
Em preto e branco e quase sem palavras e diálogos, Diniz me surpreendeu com esse romance máximo de Fiódor Dostoiévski. Sem medo algum de dizer, assumo não li a versão original, então, para mim, essa versão da história é tão original quanto e com uma profunda sensibilidade, levando-nos aos rincões dos abismos desse fantástico autor centenário.
Esta versão que a editora Quadrinhos da Cia., selo da Companhia das Letras, nos apresenta me lembra muito a tradição brasileira dos cordéis, amarrando assim, talvez de forma mais inesperada, os sertões brasileiros com a famosa tradição de autores russos.
Resenhista: Lucas Gonçalves

Fonte: Skoob
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