Contradizendo a minha opinião primária sobre a norte-americana Amanda Lovelace, trago esta resenha para discutir como a evolução literária faz parte de todo autor e leitor. A Bruxa Não Vai Para a Fogueira Neste Livro fez com que eu amadurecesse os meus pontos de vista crítico sobre sua obra. É mais do que necessário reconhecermos isso e acredito que tenha acontecido pela mudança de tema.
Meus olhos passaram despercebidos e quase não havia reparado que baixei esta segunda obra, em vez de A Princesa Salva a Si Mesmo Neste Livro. Mesmo que as obras sejam singulares em sua forma, a analogia entre as duas traz uma outra experiência para quem lê. Enquanto na primeira versão temos uma Lovelace indefesa e confusa, aqui temos uma escritora mais forte do que nunca.
A pauta ainda é moderna, mas aborda um assunto que poucos gostam de falar: violência contra a mulher, seja ela física ou não. É uma via de mão dupla que precisa ser cada vez mais transitada, levando em consideração que os relatos e notícias que vemos diariamente não são nada promissores.
Temos medo na mesma proporção que desejamos ter coragem. A Bruxa Não Vai Para a Fogueira Neste Livro é um best-seller disfarçado de microfone, fazendo com que as vozes femininas sejam ouvidas, mesmo que a luta contra o preconceito e a opressão ainda sejam realidades distantes de acabarem.
Refletir sobre esses assuntos, mesmo que sozinho e sem militância, é o primeiro passo para a conscientização. Escolhemos tantas bandeiras para levantar, mas às vezes só precisamos de momentos de amor-próprio. Lovelace traz um hino para ser cantado em voz alta para si mesmo.

Fonte: LeYa